Qual a diferença entre trabalho remoto e home office?

Em meio às diversas mudanças no mundo do trabalho, muitos profissionais e empresas ainda têm dúvidas sobre a diferença entre trabalho remoto e home office. Isso porque, ainda que esses dois formatos sejam semelhantes em alguns aspectos, apresentam características distintas quanto à flexibilidade, legislação e forma de contratação. 

 Dessa maneira, compreender quais são essas distinções é fundamental para escolher o modelo mais adequado às necessidades da organização e ao perfil dos colaboradores. Pois, enquanto o remoto oferece maior liberdade, o home office tem suas limitações geográficas e de contratação.   

Além disso, cada modelo impacta de maneira diferente a cultura organizacional, a produtividade e a gestão de equipes. Por isso, é importante analisar não apenas as vantagens operacionais, mas também os aspectos legais e estruturais envolvidos em cada formato de jornada. 

Então, a fim de ajudar você a compreender qual a diferença entre trabalho remoto e home office, nós, da getdesk, preparamos este conteúdo. Para saber mais sobre o assunto, siga conosco até o final. Boa leitura.  

O que é trabalho remoto? 

O trabalho remoto, ou teletrabalho, diz respeito à jornada realizada fora das dependências da empresa, sem a necessidade de comparecimento diário ao escritório.  

Neste contexto, os próprios colaboradores escolhem o local onde irão trabalhar, formato conhecido como anywhere office, então, os colaboradores podem realizar suas tarefas das suas residências, de espaços de coworking e até mesmo de outras cidades e países.    

O que diz a lei sobre o trabalho remoto? 

Diversas empresas no Brasil e no mundo passaram a adotar esse formato, especialmente em razão do isolamento social ocasionado pela Covid-19. No entanto, esse modelo de jornada tem previsão legal no Brasil desde a implementação da Reforma Trabalhista em 2017.  

Assim, a partir da mudança na legislação, foram instituídas as normas para aplicação do teletrabalho. O artigo responsável por essa regulamentação é o 75-B, o qual diz que:  

“Art. 75-B. Considera-se teletrabalho a prestação de serviços preponderantemente fora das dependências do empregador, com a utilização de tecnologias de informação e de comunicação que, por sua natureza, não se constituam como trabalho externo.”

Parágrafo único. O comparecimento às dependências do empregador para a realização de atividades específicas que exijam a presença do empregado no estabelecimento não descaracteriza o regime de teletrabalho.” 

Já o artigo seguinte, 75-C, estabelece que esse tipo de jornada deve ser estabelecido mediante contrato individual de trabalho:  

“‘Art. 75-C: A prestação de serviços na modalidade de teletrabalho deverá constar expressamente do contrato individual de trabalho, que especificará as atividades que serão realizadas pelo empregado. 

§ 1º Poderá ser realizada a alteração entre regime presencial e de teletrabalho desde que haja mútuo acordo entre as partes, registrado em aditivo contratual. 

§ 2º Poderá ser realizada a alteração do regime de teletrabalho para o presencial por determinação do empregador, garantido prazo de transição mínimo de quinze dias, com correspondente registro em aditivo contratual.” 

Este artigo é importante porque além de estabelecer a obrigatoriedade do contrato, também indica como deve ser feita a alteração do teletrabalho para o regime presencial e estabelece regras para essa mudança.  

A Lei n.º 13.467 de 2017 ainda estabeleceu no art. 75-C que a aquisição de equipamentos para realização das atividades laborais não integram remuneração do colaborador:  

“‘Art. 75-D. As disposições relativas à responsabilidade pela aquisição, manutenção ou fornecimento dos equipamentos tecnológicos e da infraestrutura necessária e adequada à prestação do trabalho remoto, bem como ao reembolso de despesas arcadas pelo empregado, serão previstas em contrato escrito.” 

Parágrafo único. As utilidades mencionadas no caput deste artigo não integram a remuneração do empregado.” 

Sendo assim, entender o que diz a legislação é essencial para compreender a diferença entre trabalho remoto e home office e avaliar qual regime está mais adequado para sua empresa.  

Quais as vantagens do trabalho remoto? 

O trabalho remoto oferece uma série de vantagens tanto para os profissionais quanto para as empresas. Por sua vez, avaliar quais são essas vantagens ajuda a entender por que ele se diferencia do modelo tradicional de home office. 

Para os colaboradores, o trabalho remoto proporciona um maior equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Isso significa mais liberdade para conciliar atividades do dia a dia com as demandas do trabalho, contribuindo diretamente para o bem-estar e a motivação da equipe. E, quando os colaboradores têm mais tempo para cuidar da saúde física e mental sem abdicar da produtividade, o ambiente de trabalho se torna mais saudável.  

Outro ponto forte do modelo remoto é a flexibilidade de horários. Como os profissionais podem organizar sua rotina de acordo com seus picos de produtividade, eles têm liberdade para trabalhar de modo assíncrono. Dessa maneira, eles podem realizar demandas complexas nos momentos em que estão mais concentrados.  

Ademais, o trabalho remoto reduz atrasos e faltas, já que não exige deslocamento até um escritório físico. O tempo economizado no trânsito pode ser direcionado ao descanso, à capacitação ou ao próprio trabalho, melhorando o desempenho de forma natural. 

Para as empresas, os benefícios também são significativos. O trabalho remoto permite uma redução de custos com infraestrutura, como aluguel e manutenção de escritórios, aquisição de equipamentos, contas de energia e até mesmo gastos com mobiliário. Isso torna o modelo uma opção mais econômica e escalável. 

Outro aspecto importante é o compromisso com a sustentabilidade. Ao evitar deslocamentos diários, há uma diminuição na emissão de gases poluentes, no consumo de energia e no uso de recursos como água e papel. Este contexto fortalece a imagem da empresa como uma organização consciente e alinhada com práticas ESG. 

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O que é home office? 

A tradução literal para home office é “escritório em casa”, ou seja, significa trabalhar em casa. Neste regime, o colaborador não possui liberdade geográfica, ou seja, seu local de atuação é limitado.  

Diferente do que acontece no trabalho remoto, o colaborador não pode escolher de onde irá trabalhar. Sendo assim, ele poderá realizar suas tarefas apenas nos locais determinados pela empresa.  

A opção por esse formato pode se dar por muitos fatores, como segurança de dados da companhia, quando ocorre de modo contínuo, ou até mesmo em razão de emergências, como aconteceu na pandemia.  

O que diz a lei brasileira sobre o home office?  

Na prática, não existe nenhuma disposição legal que indique o que é home office. Dessa forma, esse regime de trabalho tem como base legal os artigos 75-A a 75-D da CLT, os quais foram instituídos a partir da Reforma Trabalhista.  

Ademais, como muitas vezes a contratação que permite o home office ocorre mediante assinatura da carteira de trabalho, já que a empresa deve ter vínculo para poder monitorar a localização do colaborador, as organizações que optam por esse modelo também se atentar a outras questões, como o controle da jornada.  

A razão disso é que para colaboradores contratados por jornada existe a obrigatoriedade do controle de ponto. Assim, a empresa deve fornecer os recursos necessários para cumprir com isso, mesmo no home office.  

Quais as vantagens do home office? 

Da mesma forma que o teletrabalho, o home office também traz diversas vantagens para colaboradores e empregadores.  

Neste cenário, o primeiro aspecto que se destaca é a redução de tempo e custos de deslocamento. Como os funcionários podem atuar de suas casas, eles não precisam passar horas no trânsito, como ocorre em grandes capitais.  

Por sua vez, isso permite que eles tenham mais tempo livre, tanto para atividades laborais quanto para demandas pessoais. Com isso, os colaboradores conseguem ter uma melhoria da qualidade de vida e bem-estar, o que colabora na produtividade e favorece a saúde mental, evitando episódios de afastamento por questões como burnout.  

Além disso, o home office também oferece mais flexibilidade para organizar a rotina de trabalho. Com isso, existe uma tendência de que as tarefas e demandas sejam entregues com mais qualidade e em menos tempo, já que é possível escolher os horários de maior foco para realizá-las.  

Já para o empregador, um dos principais benefícios é a redução de custos, por existir uma menor demanda da estrutura física. Desse modo, existe a possibilidade de diminuir os gastos com aluguel, eletricidade, equipamentos, manutenção, entre outros.  

Outro aspecto fundamental do home office é que o empregador consegue ter um maior controle da jornada do colaborador. Isso é um facilitador para questões como segurança da informação, já que a empresa sabe onde o funcionário está, facilitando a segurança de rede.  

 Ademais, esse formato de trabalho viabiliza a continuidade operacional em emergências. Sendo assim, mesmo em momentos emergenciais, como o caso da pandemia, ou em situações de eventos climáticos extremos, greves no transporte, os colaboradores podem seguir trabalhando.  

Afinal, qual a diferença entre trabalho remoto e home office? 

Agora que você já entendeu o que é cada jornada de trabalho, deve ter entendido que a principal diferença entre trabalho remoto e home office reside principalmente na possibilidade de liberdade geográfica e também nas diferenças entre os modelos de contrato.  

O trabalho remoto diz respeito a atividades laborais que podem ser realizadas via internet e que não têm restrição geográfica. Sendo assim, o colaborador pode trabalhar de casa, coworkings e até mesmo em outras cidades ou países. Ademais, esse modelo de contrato pode ser por produção ou tarefa, o que não requer acompanhamento próximo da empresa contratante.  

Por outro lado, o home office apresenta algumas restrições geográficas, isso pode ocorrer principalmente pela segurança de dados. Desse modo, a empresa estabelece os locais em que o funcionário pode usar o computador por meio de geolocalização.  

Outro aspecto do home office é que este formato demanda relação trabalhista direta, ou seja, deve seguir as normas da CLT. Assim, a empresa deve assinar a carteira de trabalho e implementar o controle de ponto para acompanhar a jornada diária. Nesta situação, deve ocorrer o pagamento de direitos trabalhistas como horas extras, férias e 13º salário.  

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