Burnout no trabalho híbrido: como evitar?

Síndrome de burnout no trabalho híbrido é uma condição que merece atenção, pois, envolve o bem-estar e a qualidade de vida do profissional que faz parte da empresa, além de afetar a produtividade das equipes de colaboradores

No dia primeiro de janeiro de 2022 a Organização Mundial da Saúde (OMS) determinou que o Burnout (ou Síndrome do Esgotamento Profissional) é uma doença ocupacional, inserida no CID 11. Porém, esse fenômeno não é uma novidade. O termo “burnout” foi cunhado nos anos 70 pelo psicólogo estadunidense Herbert J. Freudenberger, que naquela época já vinha percebendo a existência da exaustão física e mental ligada ao ambiente de trabalho.

Mas o advento das novas tecnologias, bem como a cultura do imediatismo e o aumento de demandas, somados ao medo do desemprego, são fatores cruciais para o aumento de casos ao longo dos anos.

Anteriormente a condição era restrita aos profissionais de saúde e educação. No entanto, a sobrecarga do setor corporativo também está afetando os colaboradores de diversos segmentos de trabalho. E os números preocupam: um recente estudo sobre burnout no trabalho híbrido, publicado em fevereiro de 2023 pela Future Forum, constatou que 42% de 10.243 profissionais de diversos países sofrem de burnout.

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O que é Burnout no trabalho híbrido?

O burnout também é conhecido como “a depressão do trabalhador” e costuma ser confundido com outros males, como a ansiedade ou a própria depressão. Porém, apesar dos sintomas, ele não é bem assim.

Enquanto a depressão é um transtorno de humor de causas multifatoriais e a ansiedade é um estado de preocupação contínua, o burnout é um estresse crônico e grave relacionado ao trabalho (híbrido ou não). Nesse caso, o estresse, que é considerado uma vivência traumática, prejudica a ação do indivíduo sob determinadas atividades deste ambiente.

O termo vem do inglês “to burn out” que significa “queima total” ou “desgaste”. Geralmente, está relacionado ao contexto de trabalho. Mas há indícios de que os discentes de programas de pós-graduação, como mestrado e doutorado, também estão sofrendo de exaustão física e mental.

Sintomas do Burnout envolve mudanças físicas e comportamentais

Um dos desafios do presencial no trabalho híbrido é evitar que os colaboradores desenvolvam burnout. Esse distúrbio afeta a liberação de cortisol (o hormônio do estresse) e causa uma série de sintomas que afetam a saúde do profissional. Além dos indícios clássicos, como estresse e exaustão, os sintomas também podem incluir:

• Ansiedade.
• Dores de cabeça.
• Queda de rendimento.
• Indisposição.
• Dificuldade de raciocínio.
• Falta de atenção.
• Problemas de memória.
• Falta de concentração.
• Insônia.
• Isolamento.
• Culpa constante por não atender as demandas.

Em alguns casos o indivíduo pode sofrer uma piora de doenças predispostas, como pressão alta, crises de asma, problemas gastrointestinais e dores musculares, por exemplo. O diagnóstico da síndrome de burnout no trabalho híbrido é psicológico ou psiquiátrico, no qual ocorre uma avaliação dos sintomas clínicos.

Excesso de trabalho é uma das causas da Síndrome de Burnout

O estresse é um estado de alerta diante de determinados estímulos. O ambiente de trabalho não é o único no qual se vivencia essa resposta do organismo. Inclusive, ele é bem comum. O problema é quando o estresse no trabalho não é manejado de uma forma saudável e o profissional perde o gosto e o prazer pelas atividades que exerce, resultando em grandes níveis de estresse e esgotamento.

Uma das causas mais comuns do burnout é o excesso de trabalho. Mas a sensação de falta de reconhecimento dos líderes também pode desencadear a doença. Além disso, outros fatores externos, como gestores não preparados ou um ambiente agressivo podem influenciar. Nesses casos a autocobrança do profissional aumenta e os problemas relacionados às tarefas começam a aparecer.

Causas individuais também são consideradas. A pressão para realizar determinada tarefa da melhor forma possível também pode afetar pessoas perfeccionistas ou competitivas – que são as que têm mais chances de desenvolver burnout no trabalho híbrido.

Como evitar o Burnout no ambiente de trabalho?

Um dos segredos de como evitar a síndrome de burnout no trabalho híbrido é manter a saúde nos demais campos. É interessante o profissional cultivar uma boa gestão de tempo para incluir bons hábitos na rotina, como exercícios físicos ou alguma atividade prazerosa.

Também é importante o descanso. Sobretudo, se desligar do trabalho em dias de folga é fundamental para lidar com o aumento de demandas sem que isso cause esgotamento. Além disso, a alimentação saudável é imprescindível e buscar apoio ao perceber os primeiros sintomas é essencial.

A empresa também tem grande responsabilidade e abordar a saúde mental no trabalho é uma das formas de prevenção da doença. Além disso, é papel da empresa que busca evitar o burnout no ambiente de trabalho:

• Fortalecer a cultura organizacional da empresa.
• Criar canais de escuta.
• Realizar avaliações de cultura e bem-estar.
• Alimentar a cultura de feedback.
• Criar uma cultura cooperativa.
• Disponibilizar quick massage para os colaboradores pode ser uma alternativa.
• Parceria com clínicas ou programas de saúde mental também têm grande impacto.

Tratamento do Burnout é interdisciplinar

A síndrome de burnout no ambiente de trabalho vem crescendo a cada dia. Mas a boa notícia é que ela tem cura. O tratamento é interdisciplinar e conta com a ajuda de diversos profissionais.

Acompanhamento psicoterapeuta é o mais importante, seja com um psicólogo ou psiquiatra. Nutricionistas e profissionais de educação física também ajudam no tratamento de burnout, que vai incluir novos hábitos alimentares e a prática de exercícios físicos, como caminhada ou andar de bicicleta, por exemplo. Também é interessante frisar que para ser produtivo, deve-se ter um sono de qualidade.

Burnout no trabalho: híbrido pode ajudar a evitar a doença

Citada anteriormente, a mesma pesquisa da Future Forum concluiu que:

Os trabalhadores flexíveis tiveram 57% mais chances de dizer que a cultura de sua empresa melhorou nos últimos dois anos em comparação com os trabalhadores totalmente presenciais – e eles citam as políticas flexíveis de trabalho remoto como o principal motivo de sua cultura estar mudando para melhor.

Com a flexibilidade, os profissionais têm mais tempo para descansar e conciliar a vida profissional e pessoal. Enquanto o remoto traz mais comodidade e permite um ambiente personalizável, os dias presenciais mantém as conexões entre as equipes e estimula um ambiente sociável, evitando a solidão do regime exclusivamente remoto.

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