O bilionário Elon Musk proíbe o trabalho remoto na Tesla, afirmando que essa flexibilização é “fingir estar trabalhando”. Enquanto isso, as principais empresas do mercado adotam o modelo híbrido – que, segundo pesquisas e especialistas, garante bem-estar e produtividade. Afinal, por que a fala de Elon Musk sobre o trabalho híbrido foi tão questionada?
Em sua mais recente polêmica, o homem mais rico do mundo, Elon Musk, fez um posicionamento duro sobre o modelo de trabalho híbrido ou qualquer forma de trabalho fora do escritório.
Em e-mails vazados, o CEO da empresa automotiva Tesla determina que o trabalho remoto não é mais aceitável para seus funcionários – o que vai contra a maior tendência do mercado nos últimos anos.
O modelo híbrido promove flexibilidade na rotina de trabalho, já que permite que os trabalhadores alternem entre o espaço de trabalho da empresa e o home office. LinkedIn, Microsoft, Harvard – esses são apenas alguns nomes de organizações que defendem, através de pesquisas, que o modelo híbrido veio para ficar.
Com 87% dos trabalhadores preferindo trabalhar pelo menos metade de sua semana em casa e e 83% dos líderes afirmando que isso não afeta negativamente a produtividade, a opinião de Elon Musk vai em direção oposta à que o mercado de trabalho caminha.
Continue lendo para saber mais referente a fala de Elon Musk sobre o trabalho híbrido e por que a maior parte das corporações globais discordam dela.
Acesso rápido
- Elon Musk fala sobre trabalho híbrido e opõe-se a flexibilização
- Afinal, Elon Musk é referência no mercado de trabalho?
- Apesar de Elon Musk, trabalho híbrido é a tendência do mercado de trabalho – e veio para ficar
- Modelo híbrido é a escolha dos profissionais
- Devo aderir ao modelo de trabalho híbrido?
- Como fazer a gestão do espaço de trabalho no modelo híbrido?
Elon Musk fala sobre trabalho híbrido e opõe-se a flexibilização
Em junho, uma notícia sobre o magnata sul-africano Elon Musk levantou muitas discussões na web. Através do Twitter, foi divulgado um e-mail supostamente enviado pelo CEO para os executivos da Tesla, com ordem clara para que todos os funcionários voltassem ao escritório da empresa.
Com o título “O trabalho remoto não é mais aceitável”, a mensagem informa que qualquer um que passar menos de 40 horas semanais nas dependências da empresa será dispensado.
Apesar de não confirmar o conteúdo do e-mail, Elon Musk manifestou no Twitter que, para aqueles que acham que ir trabalhar é antiquado, “deveriam fingir que estão trabalhando em outro lugar”.
Determinação de Elon Musk sobre o trabalho híbrido, vetando flexibilização, pode ser uma surpresa, já que o empresário é popular por ideias inovadoras, como seu objetivo de colonizar Marte.
Com a ordem que todos funcionários devem trabalhar apenas no espaço da empresa, Elon Musk levantou uma discussão não apenas nas redes sociais, mas entre empresas no mundo todo. Isso deve-se pelo fato que a flexibilização do local de trabalho se tornou um movimento promissor.
Os benefícios do trabalho híbrido não são apenas especulações: inúmeras pesquisas confiáveis mostram que o modelo vai continuar em alta, justamente por ser positivo para as corporações e para os trabalhadores.
Uma pesquisa publicada na Universidade de Stanford por Nicholas Bloom, PhD e professor de economia, que foi citada pelo The New York Times e The Wall Street Journal, apurou que 70% das empresas vão aderir (ou já aderiram) ao modelo híbrido.
Segundo Bloom, a jornada híbrida permite balancear benefícios de estar no escritório e de trabalhar em casa.
A Forbes também falou como a opinião de Elon Musk sobre o trabalho híbrido parece ser contra uma quase unanimidade entre os líderes de RH. Mas por que a opinião de um homem teve tanto impacto?
Afinal, Elon Musk é referência no mercado de trabalho?
Não é preciso conhecer muito do mundo da tecnologia para conhecer Elon Musk. Sua popularidade não vem apenas de sua fortuna – avaliada em 188 bilhões de dólares, sendo o homem mais rico do mundo – mas também por diversas controvérsias em sua carreira.
CEO da Tesla Motors e fundador de outras empresas como a SpaceX, Musk nasceu na África do Sul, em uma família afortunada. Formado em economia e física, e apaixonado por programação desde criança, nos anos 90, com investimento do pai, fundou sua primeira empresa. Desde então, expandiu seus negócios explorando diversos ramos de maneira ambiciosa.
Entretanto, sua relação com o trabalho é conturbada. O bilionário é conhecido por ser um workaholic de carteirinha, que se orgulha de trabalhar 120 horas por semana, raramente tirando folgas. Em outro e-mail, Musk ainda cita um tempo em que dormia no chão da fábrica da Tesla.
Com seus funcionários, mantém vigilância constante através de câmeras e não permite filas para tomar café na empresa.
Há alguns anos, em entrevista ao New York Times, Elon Musk falou sobre sua rotina exorbitante de trabalho fez com que perdesse até seu aniversário: “a noite toda – sem amigos, nada”. Passando até 4 dias sem sair do escritório, o empresário ainda relatou seu problema com o sono, ao precisar de remédios controlados quando chegava em casa.
Excesso de trabalho garante sucesso?
O comportamento de Elon Musk levanta preocupações. Segundo André Spicer, reitor e professor da Faculdade de Gestão na Universidade de Londres, especializado em comportamento organizacional e liderança:
“Existem muitas evidências de que não ter limites entre trabalho e vida pessoal, permitindo que o trabalho infeste toda sua vida, pode ser muito prejudicial para a produtividade.”
Uma pesquisa de Hans Frankort, também da Universidade de Londres, mostrou que excesso de trabalho, tanto em tempo quanto em quantidade, reduz a qualidade de vida e também piora resultados profissionais.
A justificativa para que tantas empresas sigam uma ética de trabalho intensivo, segundo Spicer, é a tendência das companhias copiarem-se umas às outras. Assim, ao ver Elon Musk com empresas bem sucedidas, muitos vão olhar o comportamento do empresário com um exemplo a ser seguido.
Por isso, a perspectiva de Elon Musk sobre o trabalho – incluindo onde deve ser feito – é mais prejudicial do que parece. As medidas do empresário são baseadas em experiências pessoais claramente não saudáveis, e não em evidências.
Não é apenas como se o bem-estar de seus funcionários não fosse uma prioridade para Musk – ele ignora os dados de aumento de produtividade em uma jornada de trabalho flexível a fim de defender seu método.
Demonstrar o excesso de trabalho como essencial para uma empresa bem sucedida apenas alimenta uma cultura organizacional exploratória que reflete, por exemplo, no aumento de problemas psicológicos como o Burnout.
Apesar de Elon Musk, trabalho híbrido é a tendência do mercado de trabalho – e veio para ficar
A direção do mercado é clara: a flexibilidade não é mais só uma opção. A maioria das empresas no Brasil e no mundo se adaptaram para oferecer aos seus funcionários a opção de uma jornada híbrida.
Isso se deve a uma série de resultados positivos que essa flexibilização trouxe aos negócios. Com a chance de ter os benefícios do trabalho remoto e presencial, funcionários e gestores têm colocado o modelo híbrido como primeira opção.
A flexibilidade se tornou prioridade em um mercado de trabalho cada vez mais concorrido. Profissionais qualificados e funcionários querem autonomia e opções de onde podem trabalhar. Assim, empresas também podem reter talentos de diversos lugares e diminuir seus índices de turnover.
A satisfação do empregado não contribui apenas para melhora na qualidade de vida, mas também da produtividade e engajamento com a empresa. Com o modelo híbrido, ainda é possível estabelecer interações entre equipes, o que impulsiona contribuições coletivas e a criatividade.
Além disso, outra vantagem relevante atrai as empresas: a possibilidade de economia de custos. O modelo híbrido permite otimizar o espaço de trabalho, sendo melhor aproveitado sem precisar de expansão. Ainda, é possível reduzir os gastos básicos do escritório, como custos de energia elétrica, água, limpeza e internet.
Colunista na Forbes e professora na FGV, Fernanda Abilel, vê a flexibilidade do local de trabalho como um caminho sem volta e a atitude de Elon Musk como um retrocesso.
E não são apenas algumas pessoas que acham isso: inúmeras pesquisas estudaram como o trabalho híbrido mantém a produtividade e se tornou requisito para muitos profissionais. Conforme o relatório citado por Harvard:
“A pandemia iniciou uma revolução na forma como trabalhamos. Nossa pesquisa mostra que trabalhar em casa pode tornar as empresas mais produtivas e os funcionários mais felizes”
Modelo híbrido é a escolha dos profissionais
Depois de conhecerem as vantagens do modelo híbrido, os trabalhadores procuram flexibilidade como condição para estarem em seus cargos. Segundo a Microsoft, a maioria dos funcionários, após a pandemia, tem mais chance de priorizar sua saúde e bem-estar do que trabalho.
Por isso, 73% dos trabalhadores querem opções de trabalho flexíveis para continuarem em suas empresas.
Até porque, além de todos os benefícios aos funcionários, o trabalho híbrido não afeta o desempenho de forma negativa. Nessa pesquisa, 82% dos trabalhadores mantiveram ou melhoraram suas produtividades.
Em outro levantamento feito pela consultoria EY, mostrou que 70% dos trabalhadores preferem procurar outro emprego a trabalhar todos os dias no escritório. Por isso, diversas empresas gigantes de tecnologia se mostraram interessadas nos funcionários da Tesla – Amazon e Microsoft são alguns exemplos.
Dessa forma, o modelo de trabalho híbrido torna empresas mais competitivas, produtivas e atrativas. Segundo Marcelo Godinho, sócio-líder em Gestão de Pessoas da consultoria EY:
“Não há dúvida que as empresas devem focar na experiência dos seus colaboradores por meio de uma cultura que possa propiciar confiança, transparência, conexão e produtividade. Se a cultura organizacional ativar esses elementos, a questão de quando e onde o colaborador trabalha será de menor importância”
Devo aderir ao modelo de trabalho híbrido?
Para qualquer mudança, é preciso estudar cada cenário. Compreender a empresa, como é o trabalho de cada equipe, qual a opinião dos colaboradores, são alguns exemplos do que pensar antes de tudo.
Claramente, existem alguns tipos de trabalho em que não é possível o trabalho remoto – mas isso não quer dizer que outros cargos não possam se beneficiar de flexibilidade. Lembre-se que, ao implantar o modelo híbrido, é necessário organização, tanto dos funcionários quanto do espaço de trabalho.
A polêmica de Elon Musk nos mostra que é preciso reavaliar nossas crenças sem embasamento. Antes de tomar o trabalho híbrido como um ponto negativo, analise o mercado, o modelo e o que pensam os funcionários.
Mesmo após adotar o modelo híbrido, cabe manter avaliações de desempenho e satisfação, que ajudarão a definir a frequência do trabalho no escritório e resolver impasses que podem prejudicar a rotina de trabalho.
Como fazer a gestão do espaço de trabalho no modelo híbrido?
Uma das principais etapas na hora de implantar o modelo de trabalho híbrido em uma empresa é adaptar o espaço de trabalho. Assim, é possível maior aproveitamento e otimização, reduzindo conflitos e desorganização.
Dessa maneira, através de estações de trabalho flexíveis, cada funcionário pode reservar uma mesa no dia em que irá ao escritório, que pode ser utilizada por outros colaboradores quando ele estiver remoto.
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