Viralizou nas redes o termo “quiet quitting”, que mostra como os trabalhadores estão mudando seu foco para sua saúde mental e menos para o trabalho. A demissão silenciosa consiste em fazer apenas o mínimo possível, sem ir além de suas horas e atribuições, sendo mais popular entre os jovens da Geração Z.
Um movimento com início na rede social TikTok está sendo amplamente noticiado e sendo alvo de discussões. O “quiet quitting”, ou demissão silenciosa em português, é uma prática mais popular entre os jovens, que questiona uma busca intensa por produtividade no trabalho.
Essa prática consiste em limitar a execução do seu trabalho aquilo para que foi contratado, sem horas complementares e demandas extras. O objetivo é buscar um equilíbrio com a vida pessoal, afirmando que há mais vida além do trabalho.
A maior valorização do bem-estar e saúde mental é um fenômeno que ganhou força no pós-pandemia, já que, segundo especialistas, muitas pessoas passaram a compreender melhor a brevidade da vida.
Conforme uma pesquisa da Microsoft, 53% dos trabalhadores têm maior chance de priorizar saúde e bem-estar sobre o trabalho após a pandemia. Ainda, os entrevistados listaram o que consideram muito importante do empregador prover:
- Cultura positiva (46%);
- Benefícios para saúde mental e bem-estar (42%);
- Senso de propósito (40%);
- Flexibilidade (38%).
Dessa forma, a demissão silenciosa mostra uma nova perspectiva das relações de trabalho, que deve ser entendida pelas empresas, para que possam redirecionar suas estratégias e expectativas, respeitando os limites dos colaboradores.
Para saber melhor sobre a demissão silenciosa e como evitar a desmotivação, a getdesk preparou um artigo completo para você. Boa leitura.
Acesso rápido
O que é demissão silenciosa?
Essa tendência tem chamado a atenção dos jovens e das empresas em todo o mundo. Conhecida por “quiet quitting”, ou “demissão silenciosa” em tradução livre, esse movimento consiste em executar apenas o mínimo de suas atividades no trabalho, impondo limites de horários e função.
Após ganhar popularidade no TikTok, muitas pessoas já admitiram adotar essa prática que levanta preocupação nas empresas. Entretanto, o propósito da demissão silenciosa, apesar do nome, não é abandonar suas tarefas, mas priorizar o bem-estar e a saúde mental ao invés da alta performance.
As relações de trabalho sofreram mudanças no pós-pandemia, e o equilíbrio entre vida pessoal e profissional agora é uma prioridade entre grande parte dos trabalhadores. Ao mesmo tempo, a recessão econômica e precarização do trabalho levou trabalhadores a aumentarem suas cargas de trabalho, inclusive em cargos que se diferem de seus objetivos, por salários baixos.
A pandemia direcionou a sociedade a pensar mais em saúde física e emocional. No Brasil essa preocupação é ainda mais relevante: conforme a OMS, nosso país tem os maiores índices de depressão da América Latina e de ansiedade do mundo.
Dessa forma, a demissão silenciosa se tornou a forma de algumas pessoas evitarem comprometer sua saúde mental, ainda mais com a onda de Síndrome de Burnout dos últimos anos.
Quando surgiu esse movimento?
O termo tomou popularidade na rede social TikTok nos últimos meses, mas especialistas afirmam que esse movimento não é de hoje. O comportamento de exercer apenas o necessário no trabalho sempre existiu, apenas tomou novas proporções e adquiriu um nome específico.
Mas por que esse assunto está em alta agora?
A pandemia mudou drasticamente o mercado de trabalho e as perspectivas das pessoas. Segundo uma pesquisa realizada pela Microsoft em 2022, 53% dos trabalhadores têm maior chance de priorizar a saúde e bem-estar do que o trabalho após a pandemia.
Isso se potencializa já que os mais adeptos às práticas de demissão silenciosa são da Geração Z, ou seja, aqueles que estão se inserindo no mercado de trabalho e iniciando suas carreiras. Os jovens sofreram impactos maiores com o covid-19, por estarem em um período de desenvolvimento de prioridades e perspectivas de futuro.
Além disso, a visão dessa geração em relação ao trabalho vem sofrendo mudanças que foram intensificadas pela pandemia.
Para colocar em perspectiva, há alguns séculos atrás, o trabalho era visto como uma penitência, um castigo, sendo desonroso para aqueles que precisavam viver dele. Mas foram surgindo novas perspectivas de acordo com os acontecimentos históricos, e o trabalho se tornou um recurso que traz dignidade ao homem.
Dessa forma, a conjuntura atual mudou a forma na qual o trabalho é visto: a precarização do trabalho e a pandemia levaram muitas pessoas a perderem o propósito de ir além de suas tarefas – basta fazer o básico, já que há muito mais do que só o trabalho.
Por que tantas pessoas estão adotando a demissão silenciosa?
A demissão silenciosa exprime uma falta de engajamento voluntária dos trabalhadores com seus empregos, e é um sinal de que as relações empregatícias devem ser repensadas.
As causas para o quiet quitting podem ser gerais ou individuais, ou seja, ocasionadas pela conjuntura do mercado e da empresa, ou por problemas pessoais.
Vamos listar alguns exemplos que podem levar a demissão silenciosa;
- Não identificação com os propósitos e valores da empresa;
- Salários baixos e benefícios incompatíveis com o mercado;
- Conflitos no ambiente de trabalho;
- Sobrecarga de trabalho e desvio de função;
- Comunicação ineficaz;
- Pouca flexibilidade em relação ao local e horário de trabalho.
Quais os riscos da demissão silenciosa?
Optar por executar o básico mostra insatisfação, mas ainda não é um pedido de demissão. Isso, na maioria das vezes, se dá pela necessidade de renda daquele emprego. Entretanto, um dos riscos da demissão silenciosa é “empurrar com a barriga” essa situação desmotivadora e acabar estagnando sua vida profissional.
Ainda, existe uma linha tênue entre trabalhar o mínimo possível e não cumprir com suas responsabilidades. Há um perigo de se deixar levar e ter uma performance baixa com suas atribuições. Isso sim, pode levar a uma demissão – que até pode ser por justa causa.
Por outro lado, a empresa também sofre riscos com a demissão silenciosa de seus empregados. Por ser um sinal de alerta, esse movimento pode mostrar que o problema, de fato, vem da própria empresa.
Assim, estudar seus índices de turnover e a satisfação de seus colaboradores é essencial para manter o negócio em um bom caminho. Dessa forma, há menos riscos de ter baixa retenção de talentos, falta de inovação e pouco engajamento.
Com os trabalhadores fazendo o mínimo, a produtividade esperada muito provavelmente irá cair, afetando os resultados.
Como evitar a demissão silenciosa?
O movimento de “quiet quitting” expressa insatisfação com as relações trabalhistas e deve ser visto como um sinal para investir em mudanças tanto por parte do trabalhador quanto das empresas.
O que os trabalhadores devem fazer para evitar a demissão silenciosa?
Como visto, existem muitas razões para uma pessoa sentir a necessidade de recorrer a demissão silenciosa. Vamos observar alguns passos que irão ajudar você a não ter que tomar esse direcionamento:
Reflita:
O primeiro passo é entender por que você está pensando em se demitir silenciosamente. Será que esse emprego faz sentido com seus objetivos profissionais? O que me traz insatisfação nesse cotidiano? O que poderia mudar para me motivar mais?
Separe as suas motivações para a demissão silenciosa entre internas (que são inerentes a si mesmo) e externas (que vêm da empresa).
Comunique-se:
Muitas das causas para o quiet quitting são relacionadas a ações da empresa e liderança. Se não há uma rotina de feedback efetiva, tente estabelecer uma comunicação melhor.
Caso o problema seja sobrecarga e desvio de função, anote exemplos dessas questões e leve para uma conversa. Já em casos de baixos salários e benefícios, também tente comunicar essa insatisfação – não custa nada tentar.
Busque mais flexibilidade:
Se sentir esgotado no trabalho não precisa ser normal. Se o caminho ao trabalho só traz cansaço e não há tempo para você mesmo, talvez seja a hora de ficar mais em casa.
Uma rotina flexível de trabalho híbrido permite economizar energias de transporte ao escritório e ter maior equilíbrio com a vida pessoal. Questione sobre essa possibilidade para a liderança, mesmo que aos poucos.
O que empresas devem fazer para evitar a demissão silenciosa?
A demissão silenciosa deve chamar a atenção da Gestão de Pessoas de qualquer empresa. Assim como as taxas de turnover, esse tipo de prática evidencia sérios problemas que devem ser tratados.
Aqui estão alguns pontos que devem ser revistos para evitar demissões silenciosas na empresa:
Salários e benefícios competitivos:
É difícil manter colaboradores satisfeitos e motivados se eles não se sentem valorizados pelo seu trabalho. Por isso, estudar o mercado e saber se as remunerações da empresa estão de acordo com as expectativas é um passo importante para vê-los satisfeitos.
Além disso, é possível evitar perder talentos para concorrência e ter desfalques valiosos.
Ambiente de trabalho saudável:
Conviver em um lugar conflituoso todos os dias pode ser a causa de trabalhadores não se sentirem felizes com seu emprego. Garantir que as relações interpessoais são saudáveis no ambiente de trabalho é um dever da empresa.
Assim, é preciso manter um canal de comunicação aberto para resolução de conflitos, além de treinar os líderes para estarem atentos e evitar tais situações.
Feedback:
Um recurso fundamental para manter uma boa relação com os funcionários é o feedback. Uma boa comunicação permite entender melhor as dores e solucionar problemas que possivelmente não seriam percebidos.
Assim, com feedbacks frequentes e eficientes, a liderança consegue entender reivindicações, conflitos e desmotivação do trabalhador e, então, buscar soluções.
Flexibilidade:
Investir na satisfação dos trabalhadores não significa abrir mão de produtividade e resultados. O modelo híbrido de trabalho é o preferido entre os trabalhadores, já que 80% deles querem trabalhar em casa pelo menos duas vezes por semana.
A flexibilidade de trabalhar em casa e no escritório permite reduzir tempo em transporte e ajudar a balancear a vida profissional e pessoal. Ainda assim, há aumento de produtividade e redução de custos para a empresa.
O modelo híbrido é uma tendência em todo o mundo e 70% dos trabalhadores preferem buscar outro trabalho do que ter uma rotina presencial.
Dessa forma, adotar o trabalho híbrido permite que os trabalhadores estejam mais satisfeitos, produtivos e engajados. Assim, esse modelo é uma estratégia poderosa para evitar demissões silenciosas e reter talentos.
Como aderir ao modelo de trabalho híbrido?
Fica claro que as pessoas, cada vez mais, buscam uma vida balanceada, na qual o trabalho faz parte, mas não é a única coisa importante. As corporações referência no mercado já entenderam esse movimento e estão adaptando suas estratégias para colocar o bem-estar dos trabalhadores como prioridade.
Só assim é possível diminuir o turnover e ter colaboradores com senso de propósito em suas equipes. Ouvi-los é fundamental para saber como adotar medidas que tragam mais satisfação.
Dessa forma, é perceptível através de inúmeros levantamentos que a flexibilidade é a principal reivindicação dos trabalhadores, que querem ter a opção de trabalharem de onde quiserem.
Por isso, o modelo híbrido de trabalho é uma tendência global adotada pelas principais empresas do mercado. Essa solução não só garante pessoas mais felizes, mas impulsiona a produtividade e ajuda a reduzir gastos com o escritório.
Para conquistar os melhores resultados com o trabalho híbrido, desenvolvemos a getdesk, um sistema de Reservas de Espaços de Trabalho e Controle de Ponto para empresas de todos os portes e segmentos.
Nossa plataforma possui integração fácil com ferramentas do Google e Microsoft. Além disso, você pode contar com:
- Reservas de mesas, salas e vagas de estacionamento.
- Controle de ponto facial com geolocalização.
- Relatórios gerenciais para análise de horas, reservas, frequência, nível de ocupação e mais.
- Integração com login rápido via Single Sign-On (SSO) às ferramentas do Google e Microsoft.
- Implementação sem custo para empresas com até 10 plantas submetidas na plataforma.
- Suporte via WhatsApp.
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